De acordo com a assessoria de imprensa do HR, ele foi atendido na emergência, mas não resistiu aos ferimentos e morreu às 19h25
Do G1 PE
Foto: Reprodução/TV Globo
O presidente da Associação dos Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS-PE), Albérisson Carlos, foi assassinado a tiros na noite desta quarta (16), na Rua Ricardo Salazar, na Madalena, na Zona Oeste do Recife. O crime aconteceu por volta das 18h30, depois que ele saiu da sede da entidade, na Rua Carlos Gomes.
Albérisson foi levado em estado grave para o Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, na área central da cidade. De acordo com a assessoria de imprensa do HR, ele foi atendido na emergência, mas não resistiu aos ferimentos e morreu às 19h25.
Albérisson estava acompanhado na hora do crime. Uma servidora pública de 39 anos ouviu os tiros e viu o desespero de uma mulher.
"Eu estava em casa quando ouvi os tiros e me abaixei. Quando terminou, vi uma mulher desesperada na rua. Não foi ferida, mas estava em choque. Foram, no mínimo, cinco tiros", lembrou a mulher, que preferiu não ser identificada.
Segundo a testemunha a pessoa que estava com Albérisson afirmou que os criminosos estavam "de tocaia", esperando ele sair da sede da associação.
Ainda de acordo com testemunhas, essa mulher seria a esposa de Albérisson, que estava aguardando ele pegar o carro para ir para casa.
As investigações foram iniciadas pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Uma equipe do Grupo Especializado em Perícias de Homicídios (GEPH), da Polícia Científica de Pernambuco, também foi enviada ao local do crime para colher vestígios que ajudem na elucidação do caso.
De acordo com o perito criminal Tadeu Cruz, foi realizada a perícia no local do crime, onde estava estacionado o carro de Albérisson, um HRV prata. "O carro tinha uma perfuração de arma de fogo no capô. Também tinham manchas de sangue pelo chão, mas nenhum elemento balístico foi encontrado", disse.
Histórico
Líder de "operação padrão" da Polícia Militar de Pernambuco, Albérisson Carlos ficou conhecido por fazer duras críticas ao governo e foi expulso da PM em 2017 , com o vice da associação, Nadelson Leite.
Os dois encabeçavam o movimento da categoria quando policiais abandonaram o Programa de Jornadas Extras (PJEs) e iniciaram a operação padrão, no fim de 2016.
Os dois chegaram a ser presos durante uma assembleia da categoria. Na época, as associações de classe reivindicavam aumento salarial e melhorias nas condições de trabalho.
Devido a operação desencadeada pelos policiais, as Forças Armadas foram acionadas e reforçaram a segurança de Pernambuco até o começo de 2017.
A portaria de exclusão apontava que os Albérisson Carlos e Nadelson Leite respondiam a inquérito militar por "tecerem críticas ao Secretário de Defesa Social e comentários desonrosos ao governador do estado, em vídeos divulgados nas redes sociais".
Eles foram denunciados pelo artigo 166 do Código Penal Militar, por publicação ou crítica indevida.
Albérisson Carlos entrou na política e foi candidato a deputado federal, em 2018. Ele não se elegeu. Em 2020, tentou uma vaga para vereador do Recife e ficou na suplência.
Notas
Por meio de nota, a Secretaria de Defesa Social (SDS) afirmou que “as forças de segurança estão atuando de forma integrada e com máximo empenho na investigação do assassinato de Albérisson Carlos da Silva”.
“A SDS e suas operativas se solidarizam com familiares, colegas de trabalho e amigos de Albérisson Carlos neste momento de dor e perda”, disse a nota.
Também por meio de nota, a Associação dos Militares de Pernambuco (AME) lamentou o falecimento de Albérisson Carlos. "Desejamos conforto à família e aos entes queridos", disse.
Em nota, o deputado estadual Joel da Harpa (PP) disse que “Albérisson Carlos, companheiro de batalha, combateu o bom combate”. Também afirmou que “não vai se calar com tamanha covardia."
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