Feira acontece de 5 a 16 de julho, no Centro de Convenções de
Pernambuco, e traz ações inéditas, como uma programação paralela pelo Recife e Olinda
Foto: Divulgação
Com o tema Loiceiros de Pernambuco – Arte da Terra, Poesia das Mãos, a Fenearte chega à sua 23ª edição com 12 dias de programação. A feira, a maior de artesanato da América Latina, vai se instalar no Centro de Pernambuco, de 5 a 16 de julho, com investimento de R$ Convenções de 11 milhões e expectativa de movimentação financeira superior a R$ 40 milhões. Mais de 5 mil expositores, entre artesãos de Pernambuco, de todo o Brasil e de diversos países, vão ocupar cerca de 25 mil metros quadrados do pavilhão do Cecon-PE. São esperadas 300 mil pessoas.
Já consolidada enquanto política pública de cultura do Estado, a Feira Nacional
de Negócios do Artesanato é uma iniciativa de valorização dos artesãos
enquanto fazedores de cultura e agentes produtivos da economia. Sua
realização celebra saberes perpetuados por gerações e provoca um positivo impacto socioeconômico, representando um impulso na renda anual dos expositores. “A ideia, nesta nova gestão, é fortalecer os espaços e as ações já consolidadas, mas também ressignificar e trazer algumas inovações”, afirma Camila Bandeira, diretora-executiva da 23ª Fenearte.
Dentro da proposta de renovar-se e ampliar-se, a Fenearte, neste ano, empreenderá ações inéditas. A principal delas é o Circuito Fenearte, uma programação que transbordará o Centro de Convenções de Pernambuco, com atividades acontecendo paralelamente em cerca de 50 espaços culturais e restaurantes do Recife e de Olinda. Entre elas, a ART-PE, que adiantou a sua segunda edição e vai acontecer emparelhada à feira de artesanato.
Outra ação inédita é um estudo da cadeia produtiva do artesanato, pesquisa e mapeamento que será realizado durante a feira. “Vamos aproveitar a Fenearte e realizar um estudo aprofundado para compreender toda a cadeia produtiva do artesanato – desde a artesã e o artesão, passando pelo seu produto, o território em que vive e produz, e também o mercado. A partir disso, a gente vai ter informações relevantes para construir estratégias e ações estruturais para o artesanato nos próximos anos”, explica Camila, que está à frente da Diretoria Geral de Promoção da Pernambuco (Adepe).
Economia Criativa da Agência de Desenvolvimento de Alguns setores já conhecidos pelos frequentadores da Fenearte trarão novidades, como a Cozinha Fenearte, que ganhará o restaurante Pernambuco à Mesa, onde serão servidos, entre outros, os pratos elaborados nas aulas de gastronomia que há edições fazem parte da programação. Já o Espaço Infantil será incrementado com atividades além da recreação, com vivências e oficinas vinculadas ao tema deste ano.
No mezanino do pavilhão, a exposição As Loiceiras de Tacaratu – A Arte
Milenar das Mulheres apresentará a tradição do Meu Sertão, com fotografias de Ana Araujo, da loiça no município pernambucano; um saber difundido pelo povo Pankararu que lá habita. As loiças terão destaque também no Espaço Janete Costa, que, aliás, continua com o projeto Conversas Instigantes, de palestras com artesãos, artistas, designers e produtores.
A programação conta, ainda, com o Palco Cultura Popular e o Palco
Alternativo, com shows diariamente; a Passarela Fenearte, com desfiles de moda, e as Oficinas Fenearte, com aulas de técnicas em cerâmica, como a
fabricação de utilitários; técnicas têxteis, como macramê e renascença; e
técnicas de reaproveitamento de materiais, como bordado com sacolas plásticas e produção de instrumentos percussivos a partir de sucata.
Assim como nas edições anteriores, a 23ª Fenearte contabiliza mais de 30
setores. No maior, dedicado a artesãos pernambucanos, são 305 estandes. Outros 68 expositores pernambucanos vão ocupar o estande do Sebrae-PE.
Também participam os Sebraes do AM, CE, RN, MG e ES. A feira terá estandes de oito etnias indígenas, 73 municípios pernambucanos, 40 associações, todos os estados brasileiros e 27 países.
LOICEIROS DE PERNA BUCO – O tema deste ano faz um resgate histórico da
arte feita com barro. Todo o artesanato brasileiro em cerâmica tem sua origem nas peças utilitárias produzidas desde os povos originários, tendo como objeto principal as panelas. ancestralidade de um pernambucano.
Ao homenagear os loiceiros, a Fenearte toca na ofício preservado por loiceiros em todo o território Diretor de Conteúdo da Fenearte, Lúcio Omena observa que artesãos consagrados pela arte figurativa em barro foram formados pela arte utilitária, como Maria Amélia, de Tracunhaém, e Vitalino, de Caruaru, que tiveram pais loiceiros. Omena ressalta a importância de trazer a loiça para o centro das atenções pelo tanto que ela simboliza para além do objeto que é: “A loiça representa muito mais do que uma panela, é a mesa pernambucana, a nossa cozinha e a nossa afetividade em acolher”.
A arte utilitária, claro, inspira toda a cenografia, que novamente é assinada pelo arquiteto Carlos Augusto Lira. “Esse tema é de muita afetividade para mim, como acredito que seja para a maioria das pessoas do Nordeste”, fala da relevância. “Teremos muitas surpresas na edição deste ano. Tudo para deixar o público encantado com a arte dos loiceiros. Para provocar um impacto, logo na entrada teremos potes com mais de dois metros de altura.”
CIRCUITO FENEARTE – Com o objetivo de expandir a feira para além dos
limites do Centro de Convenções, e de colocar o artesanato num diálogo ainda maior com as artes visuais, o design e a gastronomia, o Circuito Fenearte vai intensificar e ampliar a experiência dos pernambucanos e turistas. Esta edição inédita acontecerá em parceria com cerca de 50 galerias, museus e restaurantes do Recife e de Olinda.
Nas artes visuais, destaque para a Feira de Arte Contemporânea de Pernambuco (ART-PE), iniciativa do arquiteto Diogo Viana, que se antecipe realiza sua segunda edição de 11 a 15 de julho, no Cais do Sertão. O evento contará com 30 galerias de arte e artistas urbanos, além de programação de palestras e rodadas de conversas Daniela Falcão.
No universo do design, com nomes como Cris Rosenbaum, Juliana Notari e o Museu Cais do Sertão acolherá a exposição "Sertão sobre Sertão", do designer de mobiliário Fábio Melo. O salão principal do Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa estará com a mostra “Tapeçaria Timbi: Bordando as Obras do Mestre J. Borges”. Já a Design Week (DW), mais importante feira do segmento no Brasil, que acontece em São Paulo, vai estabelecer uma ponte com Pernambuco, ao realizar uma ativação no Edifício Pernambuco, no bairro de Santo Antônio.
Na gastronomia, em parceria com o Instituto César Santos, que assina a Cozinha
Fenearte, 10 restaurantes farão parte do Circuito Fenearte, com cardápio
especial. São eles: Altar Cozinha Ancestral; Bar do Cabo; Cá-Já; Cais Rooftop;
Chica Pitanga; Oficina do Sabor; Moendo na Laje; Retetéu Comida Honesta; São Pedro; Vieira.
COZINHA FENEARTE – A gastronomia ganha maior espaço nesta edição, com curadoria e realização do Instituto Cesar Santos. Além dos restaurantes do Circuito Fenearte, a Cozinha Fenearte, no mezanino do pavilhão, seguirá com 16 aulas demonstrativas, que vão acontecer de quarta a domingo, com uma novidade: ao final de cada uma, dois espectadores serão sorteados para degustar o prato elaborado pelo chef convidado. Além disso, receita estará disponível no cardápio do restaurante Pernambuco à Mesa, que estreia neste ano, de quinta a domingo. O menu é assinado pelo chef Cesar Santos, com sobremesas da associação Assucar e a participação do confeiteiro Negro Brownie, além de harmonização guiada pelo sommelier Angelo Miranda.
ESPAÇO JANETE COSTA – Localizado antes da entrada para a feira, este espaço
expositivo cumpre o papel de inserir produções artesanais em projetos arquitetônicos. As peças escolhidas para compor seus ambientes estarão lá tanto em exibição quanto à venda. Nesta edição, vão se destacar mesas montadas com loiças, além de mobiliário inédito, de designers convidados, e produtos de projetos de design social desenvolvidos por instituições. Bete Paes e Roberta Borsoi assinam a curadoria.
SALÕES DE ARTE POPULAR E RELIGIOSA + GALERIA DE RECICLADOS – O Salão de Arte Popular Ana Holanda (18º), o Salão de Arte Popular Religiosa (7º) e a Galeria de Reciclados (16ª) são mostras que reúnem obras selecionadas pelos seus respectivos curadores, Carlos Augusto Lira, Frei Rinaldo Silva e Ticiano Arraes, entre trabalhos inscritos de todo o País. As peças são avaliadas anteriormente por comissões julgadoras, que premiam as melhores (sendo R$ 8,6 mil para cada vencedor), e também pelo público da feira, em votação presencial durante a feira.
ALAMEDA DOS MESTRES – O setor dá boas-vindas aos visitantes e reúne 64 mestras e mestres. São nomes relevantes na arte popular, com visibilidade local e nacional, já premiados e que tem o artesanato como herança.
PASSARELA FENEARTE – Coordenado por Andrea Tom, o projeto leva à passarela parte da produção de moda autoral pernambucana. E tre os dias 8 e 15 de julho, coletivos e estudantes de moda vão apresentar suas criações em desfiles a partir das 18h. Na abertura, desfilam os criativos que compõem a Mape – Loja de Moda Autoral de Pernambuco, iniciativa do Governo de Pernambuco que integra o Armazém 11, onde estão os projetos da Diretoria- Geral de Promoção da Economia Criativa da Adepe.
PALCOS CULTURA POPULAR E ALTERNATIVO – Pelo Palco Cultura Popular, vão passar mais de 40 artistas e grupos. As apresentações vão começar sempre às 15h e serão quatro por dia. Já o Palco Alternativo receberá duas apresentações por dia, a partir das 18h. As grades de ambos os espaços são montadas pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).
ESPAÇO INFANTIL – Coordenado pela Casa de Asas, este espaço vai oferecer, diariamente, atividades para estimular a criatividade e a interação das crianças, como oficinas de barro e aquarela. Serão 25 crianças por grupo e o valor é de R$ 25 para 30 minutos.
A Fenearte é uma realização do Governo do Estado de Pernambuco por meio
da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (Adepe) / Secretaria de
Desenvolvimento Econômico do Estado (Sdec); da Empresa Pernambucana de
Turismo (Empetur) / Secretaria Estadual de Turismo; e da Fundação do
Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) / Secretaria Estadual de Cultura (Secult).
23ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) Quando: 5 a 16 de julho
Onde: Centro de Convenções de Pernambuco
Horário: 14h às 22h – de segunda sexta-feira; 10h às 22h – sábado e domingo
Valores dos ingressos: segunda a sexta-feira – R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia);
sábado e domingo – R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia)
Pontos de venda dos ingressos: bilheteria da Fenearte; Centro de Artesanato de Pernambuco (Armazém 11, s/n, Bairro do Recife); shoppings Boa Vista, Plaza, Recife, RioMar e Tacaruna.
Expresso Fenearte:
Shopping Tacaruna – serviço de micro-ônibus gratuito a cada 15 min do
shopping até o Cecon-PE
RioMar Shopping – serviço de micro-ônibus gratuito a cada 30 min do shopping até o Cecon-PE
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