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Artigo: Para onde vamos agora?



Foto: Sérgio Lima/Poder 360


Por Samuel Severino


A democracia é um pêndulo que não pode parar. Já tivemos no Sub-continente sulista da América, personagens como Pepe Mojica, no Uruguai e o próprio Lula aqui no Brasil, eleitos em uma tendência do pêndulo em ir para a esquerda ; isso após um longo período de estagnação democrática mediante golpes de Estados, prática comum por aqui, e supra partidários apesar do caráter anti comunista e de direita.


FATO: houve um forte protagonismo socialista liderado por Lula e Chávez/Maduro por aqui, o que criou personagens da direita radical como Jair Bolsonaro, Sebastian Piñera, Maurício Macri, Abdo Benítez, por exemplo. Mais recentemente, um nome da "nova safra" (que é tão velha política quanto o próprio Bolsonaro, mas se vende como o Bolsonaro Chileno) José Antônio Kast que despontou como candidato a presidente do Chile em 2021. No segundo turno, a vitória foi conquistada pelo ultra-esquerdista Gabriel Boric.


O pêndulo da democracia sul-americana está voltando à esquerda, apesar de hoje parecer bem equilibrado entre esquerda e direita.


Lula tem a seu favor uma economia muito em baixa, dólar a um preço astronômico, pobreza e fome a níveis alarmantes. nada parece estar direito e favorável para o Brasileiro médio, assalariado. A atuação do governo Bolsonaro em relação a pandemia da COVID-19 também é um ponto muito frágil que vai ser muito bem abordado nas campanhas eleitorais.


Duas vezes presidente, Lula ainda tem sua força eleitoral mas lidera uma esquerda fragmentada e muito ultrapassada que perdeu o contato com a base proletária de popular de vinte anos atrás. O caminho é incerto para Lula e o seu movimento que tem que ser diferente.


Outro fato: Bolsonaro é um presidente popular e que se destaca pela proximidade ao seu eleitorado (como o próprio Lula e qualquer outro líder populista) de maneira solta e verborrágica. É complicado como ele usa essa máscara de antissistema mesmo sendo o personagem mais forte do "centrão" e da velha política. Bolsonaro chega para a reeleição fragilizado, esperando que o auxílio Brasil lhe renda uma porcentagem significativa de votos mas de fato é o personagem mais abalado pelo pleito.


Acho que a única previsão possível no momento é que certamente haverá um segundo turno. Falta definir apenas os atores que vão subir no palco. Ninguém é oficialmente candidato, mas meio que é.


Bolsonaro, atual dono da máquina pública, estragou o ser de direita no Brasil. Seu caminho natural é o reacionarismo, que é de direita mas não é o que pode ser chamado de Conservadorismo. De qualquer forma, tem sido uma gestão vexatória e humilhante, o que eu não tenho certeza se tem conseguido diluir os 49 milhões de votos recebidos no primeiro turno, mas certamente que desmanchou os 57 milhões do segundo turno. Ambas sendo margens ótimas e significativas mas não é de seguidores fiéis e sim circunstanciais.


Para onde nós vamos agora? Para qual direção o pêndulo da democracia vai pender? Sinto que a onda conservadora tende a permanecer, independentemente do Bolsonaro. De fato, o que temos aqui são duas rejeições fortes que se autoalimentam e me deixam o eleitor aflito. É inteligente fugir do Bolso-petismo ou é melhor escolher o menos pior dentro desse microcosmo? Essa é uma pergunta interessante.


Fevereiro vai chegar e com ele, a oficialização de várias, pré-candidaturas. Acredito que vale a pena ser militante pelo que você acredita, mesmo na era da polarização e fake news. Quanto mais embasado o militante, melhor para o momento de trevas em que o Brasil se encontra.


Samuel Severino é aspirante a jornalista e observador político


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