Garrafas, baldes de plástico, isopor, papelão e outros resíduos formam uma “ponte” de material reutilizável
Da Folha de Pernambuco
Foto: Caio Danyalgil/Folha de Pernambuco
Quem passa da Curva do Caranguejo, na avenida General Manoel Rabelo, no bairro de Engenho Velho, pode não perceber, à primeira vista, a camada de lixo que cobre uma parte da superfície do rio Jaboatão, no Grande Recife. Da margem, uma pequena trilha leva ao ponto onde o esgoto que vem da comunidade do outro lado da avenida encontra o acúmulo de rejeitos. Garrafas, baldes de plástico, isopor, papelão e outros resíduos formam uma “ponte” de material reutilizável por onde os mais corajosos se dispõem a caminhar até a outra margem.
“Eu subo, passo por aqui sempre. Já cheguei a pescar aqui quando dá cheia. E dá muito bicho, rato, escorpião, cobra. Quando está tudo cheio, duro, a gente joga bola”, conta Salomão Santos do Nascimento, de 14 anos. Mesmo com um volume de dejetos um pouco menor, o local lembra a parte poluída do rio Beberibe, no limite entre Olinda e Recife, mostrada pela Folha de Pernambuco na edição de 30 de julho. Por lá, também era possível andar sobre os rejeitos. Um problema urbano e ambiental que é agravado nos dias de chuva, quando os rios e canais transbordam e atingem as casas.
Em Jaboatão, neste inverno, não houve transbordamento como ocorreu em Beberibe, mas a água subiu quase até a avenida, segundo moradores. “O rio ficou quase rente à pista. O lixo prejudica a passagem da água, os animais. As capivaras dão cria, ficam muito aqui, [tem] jacaré. Fora que, quando chove, traz muito peixe, os meninos pescam. É um perigo, pode acontecer um acidente”, alerta a comerciante Regina Pereira, 59.
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